opinião

O 2021 não será para amadores

Quem sentar na cadeira de prefeito, a partir de 1º de janeiro de 2021, precisa já agora ter em mente uma coisa: será difícil administrar Santa Maria em um contexto de economia combalida pós-pandemia. Se o pré-candidato conseguir ver isso, desde agora, precisa então pular para a próxima fase, que é ter o entendimento que não caberá vender o paraíso para os eleitores do quinto maior município do Estado. 

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Então, se o político - do partido que for - vier com um plano de governo mirabolante prometendo um trem-bala para a cidade, correção salarial nababesca aos servidores, iluminação garantida a cada passo dado, máquinas patrolando semanalmente todos os acessos da zona rural, posto de saúde em funcionamento 24h e merenda com salmão aos alunos da rede municipal, ligue o sinal de alerta. Há algo de muito errado nisso.

Não estou dizendo que o pré-candidato tem que dizer "não será possível fazer nada". Mas será possível fazer pouco e, no máximo, o básico. Os números mostram isso. A questão orçamentária, para o próximo ano, será um tema tão espinhoso que precisará de cabeça e atos de gestor. O eleitor, ponderado e equilibrado, não pode acreditar em vara de condão de político ou, então, na falaciosa máxima que basta "vontade política" para resolver tudo.

A projeção, para este ano, era de R$ 870 milhões. Mas, se der tudo certo, o 2020 terminará com uma receita muito próxima dos R$ 800 milhões, de acordo com o secretário de Finanças, Mateus Frozza. A projeção orçamentária, para 2021, é de míseros R$ 610,8 milhões. Como se pode ver, a questão é, além de matemática, também de gestão.  

SINAL DE ALERTA
Não aceite quem queira dourar a pílula. Não haverá mágica muito menos ajuda divina. A escassez de recurso será a regra e precisa dar a tônica da disputa pelo voto do eleitor. Quando algo de muito estranho for dito ou lido por você, lembre-se que não existe almoço de graça. E quando há, invariavelmente, a fatura recai no bolso de alguém. Quando o dinheiro público é mal empregado, quem paga é o contribuinte e, quase sempre,da pior forma: com a precarização de serviços essenciais.

Busque o discurso sério, técnico e embasado. Por mais que, daqui a pouco, soe antipático, é preferível ter alguém responsável com o dinheiro público, do que um inexperiente cercado de quem endosse o discurso de "que tudo pode ser feito". 

Não é o momento de dar cheque em branco para aventureiros e inexperientes. Lembre-se que o populista não suporta a realidade. Não podemos permitir a existência de uma peça ficcional para os próximos quatro anos.

O prefeito escolhido precisará ter extremo controle da máquina e dos gastos públicos.

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Marcelo Martins